“A fotografia está mais viva do que nunca”, diz Thomas Knoll, criador do Photoshop
“A fotografia não está morta. Pelo contrário, ela está mais viva do que nunca”, afirmou o americano Thomas Knoll, co-criador do Photoshop ao lado do irmão John, a uma plateia que lotou o auditório do MIS (Museu da Imagem e do Som), em São Paulo, no final da tarde de sábado, em ocasião da abertura de sua exposição de fotos Infinitude.
O debate abordou do momento atual da fotografia ao uso do software de edição de imagens mais famoso do mundo. Knoll lembrou que nunca se fotografou tanto quanto hoje, por conta da popularização dos smartphones com câmeras e da internet móvel. “O número de cliques e visualizações vem crescendo”, observou. Assim como o uso de softwares de tratamento de imagens, que ele chamou de “dirty secret” dos fotógrafos. Knoll lembrou, no entanto, que esse segredinho batizado de Photoshop não vai mudar o mundo e nem o hábito de fotografar, que tem início no olhar de quem captura a imagem até o uso de técnicas como enquadramento, análise de luz, ângulo, dentre tantos outros detalhes.
EXPOSIÇÃO INFINITUDE
O Museu da Imagem e do Som de São Paulo (MIS) em parceria com a Adobe realiza, entre os dias 5 a 20 de agosto, a exposição fotográfica Infinitude – uma coletânea de imagens resultantes das viagens de Thomas Knoll pelo mundo.
Infinitude propõe um passeio criativo pelos cliques de Thomas Knoll, que desde garoto é um amante da fotografia. “No meu aniversário de 11 anos, meu pai me deu minha primeira câmera e criamos um laboratório analógico no nosso porão, onde ele me ensinou a revelar filmes e fazer impressões em preto e branco. Passei muitas horas tirando fotos e mais horas ainda trabalhando dentro do laboratório”, relembra.
Na exposição, o visitante conhece 12 imagens – quatro delas reproduzidas em um cubo retroiluminado. Dentre as fotos, destaque para a vista das Montanhas Amarelas, na China, e do Deserto de White Sands, nos Estados Unidos. Perguntado se ele usou Photoshop, Knoll respondeu que usou o Lightroom (software de edição rápida da Adobe) e mostrou, no telão, como eram suas fotos antes do tratamento. Algumas, arrancaram suspiros de surpresa da plateia.
HISTÓRIA DO PHOTOSHOP
O Photoshop nasceu da união de dois hobbies – fotografia e programação. “Estava fazendo um doutorado no campo da visão computacional, que é o processo de ensinar um computador a enxergar como um humano. O primeiro passo em muitos algoritmos da visão computacional é o processamento de imagem. Meu irmão John também estava começando a pesquisar esse assunto, então coloquei meus algoritmos em um aplicativo e dei a ele uma cópia”.
Após ajustes para entrar com o Photoshop no mercado (inicialmente com o nome ImagePro), veio a parceria com a Adobe e o lançamento do Photoshop 1.0, na época exclusivamente para Macintosh. Knoll afirma que, com a comercialização e sucesso do software, ficou totalmente focado no desenvolvimento da ferramenta durante 12 anos. “Até que em 2002 comprei minha primeira câmera digital de alta qualidade. As câmeras digitais me fizeram redescobrir meu amor pela fotografia. Desde então, fiz diversas viagens a lugares longínquos ao redor do mundo, registrando algumas das fotos que agora estão nessa exposição”.
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Exposição Infinitude, por Thomas Knoll
De 5 a 20 de agosto de 2017.
Das 11h às 20h (terça a sexta-feira/permanência até às 21h); 10h às 21h (sábados/ permanência até às 22h); e 10h às 19h (domingos e feriados/ permanência até às 20h). A bilheteria abre uma hora antes da visitação
Local Espaço Expositivo 2º andar
Ingressos R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia]. Terças-feiras gratuitas. O acesso à exposição Infinitude se dá pela exposição Steve Jobs – O Visionário
Museu da Imagem e do Som – MIS
Avenida Europa, 158, Jardim Europa, São Paulo | (11) 2117 4777 | www.mis-sp.org.br
Estacionamento conveniado: R$ 18