“O Brasil é bom demais, apesar da crise e do ‘trensalão'”, diz presidente da L´Occitane
O grupo francês L´Occitane está mantendo o pé no acelerador da operação brasileira, apesar do atual cenário político-econômico que prevê mais um ano de queda no PIB. A marca mais jovem do grupo, a L´Occitane au Brésil tem, atualmente, 96 pontos de vendas em operação no país – 25 deles lojas e o restante quiosques. No ano fiscal que se encerra em março de 2017, a expectativa é levar a marca para 80 novos endereços. “Tivemos um ano muito bom e continuamos crescendo nas duas marcas (15% en Provence e entre 50% a 60% au Brésil). Nossa sorte a gente cria. Esse país é bom demais, apesar da crise, do mensalão e do ‘trensalão'”, diz Nicolas Geiger, presidente da L´Occitane no Brasil e herdeiro do controlador da companhia, Reinold Geiger.
Pai e filho são apaixonados pelo Brasil. O pai até casa em Trancoso (BA) tem. O filho, vive aqui há cinco anos e é uma das grandes mentes por trás da L´Occitane au Brésil, marca lançada há cerca de três anos no Brasil, fabricada no país e com muitos ingredientes locais. Seu intuito é inserir a essência do Brasil nos cosméticos. E isso não se refere apenas aos ingredientes, mas também ao comportamento da população. Daí a explicação para o barulho em torno de produtos como o hidratante corporal Mandacaru, a linha Capim-Limão e a colônia feminina Olinda, que levou para o frasco o que a marca define como o colorido das ruas da cidade e a alegria da mulher brasileira.
Vale lembrar que a versão au Brésil tem produtos que custam, em média, 30% a menos que as categorias trabalhadas pela marca-mãe, en Provence, um segundo atrativo para esses tempos de crise.
Geiger também mira os hotéis mais sofisticados, motivo que levou a L´Occitane a criar amenities para atender esse mercado. Em breve, ele deve concluir as negociações para estreia em algumas bandeiras famosas do país.
DAMA DA NOITE
Para ampliar sua presença no país – tanto em número de lojas quanto de produtos -, a L´Occitane acaba de anunciar seu primeiro Eau de Parfum, que chega às lojas antes dos Dia das Mães. O produto é estratégico no país que é o maior consumidor mundial de perfumes. Hoje, 60% dos brasileiros usam fragrâncias, sendo 52% são mulheres. O público feminino tem, em média, seis frascos.
O perfume não só é inspirado na Dama da Noite, como também usa extrato dessa flor conhecida por perfumar as noites e deixar um rastro de fragrância no caminho. Com toques de mandarina, cardamomo e lavanda, a fragrância é um floral-oriental. Ela vai custar R$ 179 e tem 75 ml. O perfume também foi estendido para um creme desodorante iluminador corporal (R$ 79, 230 ml) e um sabonete perfumado (R$ 22, 100 gramas).
A criação tem assinatura da francesa Marion Costero, perfumista-sênior da Givaudan, que compara o seu trabalho ao de um grande bibliotecário com vários aromas (catálogos) para escolher e combinar baseado em uma memória. “Cada perfumista se inspira em algo. Uns olham para a natureza, outros para as pinturas. Eu olho para as pessoas. Gosto de ir na escolha de samba e usar minhas memórias para elaborar perfumes”, revela.