Crise? Não para a Havanna, a marca argentina de alfajor
O sorriso do argentino Diego Hérnan Schiano, diretor-geral da Havanna no Brasil, não nega. Seu negócio encontra-se em franco crescimento no país. Com 80 cafeterias em operação em 19 estados, a marca deve ultrapassar as 100 unidades até dezembro. No início do ano, o número era de 60. “As vendas vão crescer 40% em 2019, por conta da expansão agressiva. Só em same stores (levando em consideração a mesma base de lojas em operação no ano passado), o salto será de 10%”, conta Schiano.
Uma crescimento substancial em tempos de economia cambaleante. O PIB brasileiro não deve crescer nem 1% esse ano.
ESTRATÉGIA
Enquanto boa parte das empresas segurou o investimento no primeiro semestre desse ano, ficando em compasso de espera da aprovação da Reforma da Previdência, Schiano colocou em prática mudanças que começou a realizar quando assumiu o cargo, há dois anos.
Como comandante da master franqueadora da marca no país, sua primeira decisão foi reestruturar o negócio que, desde sua estreia no Brasil em 2006, trabalhava com quiosques de alfajores e outros produtos sazonais como panettone e ovo de Páscoa recheados de doce de leite. Foi assim que a Havanna Brasil começou a migrar com força para o formato de cafeterias, com o qual trabalhava em número reduzido.
As cafeterias, além de vender café e outras bebidas quentes a partir de um blend próprio, também atraem os clientes (a maioria das classes A e B) com suas vistosas sobremesas e alguns tipos de salgados. Ontem, a Havanna incorporou novidades ao seu menu, incluindo empanadas e também novas sobremesas elaboradas com a ajuda da chef Carole Crema.
Isso torna a Havanna uma marca de giro diário, deixando para trás a imagem do passado de produto para presentear. Ou seja: a marca multiplicou as chances de ter o cliente dentro da loja. O ano inteiro e sem depender da sazonalidade.
Agora, ele vem, toma café, almoça, faz reunião, come uma empanada integral de ricota com espinafre ou uma fatia de cheesecake de doce de leite e ainda leva uma caixa de alfajor para casa.
A localização das cafeterias é primordial para o sucesso do negócio. “Estamos no lugar onde a gente planejou estar. É uma expansão bem armada, consistente. Não queremos abrir por abrir e nem estar em qualquer lugar. O candidato a franquia já chegam hoje com essa visão. !
CHEESECAKE NA AGÊNCIA BANCÁRIA
Hoje, quem quiser pode trabalhar no conforto de uma cafeteria Havanna . Há um ano, a marca abriu uma loja conceito dentro de uma agência do banco Santander. Ela opera na Avenida Juscelino Kubitschek, na capital paulista, e faz as vezes de co-working para os interessados. Assim, o banco aproveita seu amplo espaço físico para fidelizar correntistas e atrair não correntistas.
Oferece WiFi gratuito enquanto a Havanna vende um café, um suco, um pão de queijo e por aí vai. Outras unidades dentro de agências do Santander poderão ser abertas no futuro, garante o diretor-geral da Havanna no país.
CO-BRANDING
Além de seus clássicos doces e tortas, a gestão de Schiano tem sido marcada pelo dinamismo no lançamento de produtos. Um dele é fruto de um co-branding com a Mr. Cheney, famosa rede de cookies com mais de 70 unidades pelo país. Foi assim que o dulce de leche Havanna foi parar dentro do biscoito tipicamente americano da Mr. Chenney. Bem recheados, eles podem ser comprados nas cafeterias da marca.