SP-Arte abre as portas com venda recorde para bilionário brasileiro
Annick e Anton Herbert, importantes colecionadores de arte de Gante, na Bélgica, costumavam dizer que “não colecionavam obras, mas novas maneiras de pensar”. O ato de acumular arte demanda da necessidade de contar histórias, embora não haja narrativas estruturadas para isso. Segundo a curadora Denise Gadelha, a arte é um diálogo, uma forma de conversar com seu público, seja ele a massa ou a minoria. E é assim, em meio a tantas definições artísticas e indefinições políticas e econômicas do Brasil, que a 12ª edição da SP-Arte teve início, às 13h de hoje. Para quem temia o atual cenário, a arte deixou claro que é inatingível mesmo diante das piores crises. Segundo o jornal Folha de S.Paulo, a tela acima, da artista Beatriz Milhazes, foi vendida na noite de abertura por R$ 16 milhões. O comprador? Diz a publicação que se trata de Marcel Telles, um dos bilionários do trio da Ambev.
Referência mundial no mercado de arte, essa grande feira traz obras de cerca de dois mil artistas de 124 galerias de arte e 23 de design. São pinturas, esculturas, fotografias, instalações e móveis espalhados por todos os andares do Pavilhão da Bienal, em São Paulo. Até domingo, será possível comprar tudo o que se vir: de os Osgemeos a Anish Kapoor.
O apreciador e colecionador de arte encontram influentes galerias internacionais como a David Zwirner e Michael Werner (Estados Unidos), White Cube e Lisson (Inglaterra), Continua e Cardi (Itália), Kurimanzutto (México) e neugerriemschneider (Alemanha), além das brasileiras Dan, Luisa Strina, Mendes Wood DM, Fortes Vilaça, Nara Roesler e Luciana Brito.
Em constante renovação, a feira que conta com o patrocínio master do Iguatemi São Paulo, da Oi e do Itaú também tem se destacado por revelar novas galerias. Neste ano, ela apresenta as paulistanas Frente, BFA (Boatos Fine Arts), Warm e Galeria Sé; a carioca MUV Gallery, e a galeria Mamute, de Porto Alegre. Todas participam da SP-Arte pela primeira vez.
UM ANDAR SÓ PARA O DESIGN
Uma das áreas de maior destaque da criatividade brasileira, o design terá, finalmente, um espaço exclusivo na 12ª edição da SP-Arte. O terceiro andar do Pavilhão da Bienal vai abrigar um setor com os destaques do design autoral brasileiro: ETEL, DPOT, Firma Casa, Artemobilia, Mercado Moderno, OVO, entre tantas que têm em seus catálogos nomes como Luciana Martins e Gerson de Oliveira, Jader Almeida, Zanini de Zanine.
Em paralelo, muitas intervenções artísticas, debates e até mesmo espaço para os patronos das artes encontrarem, com seus olhares apurados, talentos incubados. Um ambiente para quem deseja respirar arte.
Entrada: R$ 40.